Outro dia participei de uma mini palestra sobre a oralidade infantil feita por uma fonoaudióloga convidada pela nossa coordenadora. Ela é muito experiente (27 anos de estrada…rsss) e muito apaixonada por sua profissão. Foi uma hora tão boa, tão esclarecedora, que eu vou tentar aqui compartilhar o que ela nos falou, pois assim como nos ajudou e alertou como professoras pode ajudar também famílias a observar melhor suas crianças.
Em primeiro lugar ela nos esclareceu sobre o esperado em cada fase do primeiro setênio da criança (0 aos 7 anos) quando fala e também para ouvir. Se vocês quiserem eu coloco em outro post o esperado em cada idade.
O importante é que a criança possa se comunicar com poucas trocas fonéticas, nomeando a maioria das coisas entre 2 e 3 anos. Na idade pré – escolar deve comunicar-se claramente.
Ela também deu várias orientações para alertarmos os pais:
- pais conversem com seus filhos, desde o ventre! – nomeie as coisas e os sentimentos também ( alegria, tristeza, frustração, raiva…) para que ele tenha repertório de conversação e tenha menos agressividade gerada por não saber o que está sentindo. Segundo ela, algumas crianças não tem repertório de palavras porque os pais os deixam muito tempo em frente a TV e pensam que dessa forma a criança vai aprender a falar e isso não é verdade. A TV afasta as crianças da voz melodiosa da mãe. Mamães, cantem com seus filhos… inventem cançõezinhas e historinhas com a rotina da criança.
- Tenha um tempo para ouvir o que a criança tem a dizer sobre a escola, sobre os amigos, sobre o seu dia. Lembrando que você pode fazer perguntas mais interessantes que não terá apenas um sim ou não como resposta, ok?
- Faça leituras constantes de histórias para a criança pois instiga a criatividade, a imaginação e aumenta o vocabulário.
- Enquanto a criança está se desenvolvendo é normal alguns erros de fala. O importante é que respeitemos o processo não pedindo que fale devagar ou que repita o que disse.
Qualquer dúvida você deve consultar um fonoaudiólogo pois o tratamento precoce das alterações de fala, linguagem e audição podem prevenir problemas de comportamento, aprendizagem, leitura e interação social. Pois, vocês sabem, tudo começa na comunicação, não é mesmo?
Sem querer atribular ninguém, deixar as pessoas confusas, mas a partir de uma experiência próxima, observem, se a criança tem 3 anos e não se comunica com palavras ou com muito tatibitati (exemplo: professora – totetora) é um caso a ser analisado, certo?
Espero ter ajudado alguém de alguma forma. Como me esclareceu tanto e gostei tanto do que ela nos disse espero que vocês também possam observar as crianças que vocês convivem e ajudá-las a desenvolverem cada vez mais.
Vou deixar aqui um exemplo de atividade que você pode fazer com uma criança de 1 ano para explorar a nomeação das coisas:
Pegue uma caixa e coloque objetos comuns na vida da criança: boneca, carrinho, pente, escova de dentes, bola… Chame a criança e faça uma brincadeira de ir mostrando os objetos e nomeando cada um. Não peça para repetir, apenas mostre e fale o nome: _ Olha “Pedrinho” um carrinho ( fale devagar) e vai tirando um por um da caixa. Ao final, diga: _ Agora vamos guardar o carrinho, a boneca… Faça isso por 15 dias com os mesmos objetos e depois troca os objetos. Ela garante que haverá um grande avanço na fala e atenção da criança.
Acho que vou falar um pouco mais sobre a oralidade infantil , dar mais dicas e falar um pouco da minha experiência pessoal também… Se vocês tiverem perguntas deixem ai nos comentários, pois ela vai novamente na nossa escola, dessa vez falar com os pais e eu posso perguntar para ela, pois ela é muito receptiva.
Obrigada por ler até aqui… acho que o post ficou um pouco grande.
Feliz ano todo sempre!!
Renata
Querida Renata, ótimo post! Só o fato dos pais darem atenção com amor no olhar já predispõe a criança ao aprendizado… Curiosamente, Einstein começou a falar apenas aos 3 anos e tinha uma família presente, atenciosa. Enfim, cada um tem as suas peculiaridades. Bjss
Mônica, muitas crianças autistas começam a falar mais tarde mesmo, como foi o caso do Einstein que tinha algo do espectro autista. Saber que se é amado realmente aumenta a auto estima e reforça o apoio que é indispensável p q todas as crianças cresçam sadias emocionalmente. Obrigada por comentar!!
Esse “espectro autista” quando se revela, parece revelar inteligências acima da média. Tanto racional, como emocionalmente…
Com certeza Mônica! Tenho muitos exemplos de crianças que superam expectativas. Aprendem muito!