O tempo e o espaço na escola devem ser pensados de forma lúdica e didática, de modo que possamos oferecer sempre a qualidade das nossas ações pedagógicas para os alunos apreenderem, habituarem-se, socializarem-se, pesquisarem, tudo de forma organizada e pautada na atitude sempre reflexiva do professor junto a sua turma e a realidade dela.
No “pedagogês” há uma série de termos que os pais geralmente não conseguem distinguir entre uma e outra atividade e para onde seguir ajudando… O que é projeto,o que é atividade sequenciada, o que é atividade permanente, o que é a rotina? Enfim… o tempo e o espaço na escola devem ser organizados, divulgados e principalmente trabalhados de forma que a aprendizagem seja sempre a meta principal.
Tive a oportunidade de conhecer, fazendo cursos e formações com Alfredina Nery, que fez o texto sobre as modalidades organizativas no livro que trata sobre o ensino fundamental de 9 anos, com base nos textos de Délia Lerner. Para informações sobre as duas clique no nome.
E para entender melhor as modalidades organizativas, que sempre dá margem a grandes debates em cada uma delas, fizemos uma pergunta sobre e Alfredina em uma demonstração de muita empatia nos respondeu com muita dedicação. Realmente ela é muito solícita!
Então aí vai a pergunta e a resposta. Se vocês se interessarem mais pelo assunto posso dedicar um post para cada modalidade organizativa com alguns exemplos.
Comentem, deixem dúvidas e sugestões. Obrigada pela participação aqui.
Nossa pergunta:
“Visto que projeto é uma das modalidades organizativas, podemos trabalhar com outras modalidades dentro do projeto?”Partindo do pressuposto que podemos trabalhar com outras modalidades dentro do projeto, e que a sequência didática deve ter um grau de dificuldade. Como você vê esta modalidade dentro do projeto? E a atividade permanente, cabe dentro de um projeto?
Resposta da querida Alfredina:
Projeto é Projeto, Sequência Didática (ou Atividades Sequenciadas) é SD, Atividade Permanente é Atividade Permanente, Atividade de Sistematização é Atividade de Sistematização. A nomenclatura é diferente porque são “gestões do tempo didático” e abordagens também diferentes. Vamos por partes…
Em primeiro lugar, é preciso dizer que somente a Atividade de Sistematização “pode sair” de um Projeto, de uma SD ou de uma AP, mas assim que sai tem vida própria, no sentido de aprofundar ou fixar um determinado conteúdo selecionado que estava presente nas outras modalidades, mas que você decidiu enfatizar com mais reflexões/atividades dos alunos. Em segundo lugar, é possível afirmar que todas as modalidades são organizadas tendo em vista várias atividades articuladas entre si (não é um “rol de exercícios desconectados) com conteúdos selecionados que duram um certo tempo, mas há muita diferença entre elas. No Projeto é previsto haver mais articulação entre as áreas do conhecimento/as várias linguagens;há mais autonomia do aluno durante o processo, no sentido de nas diferentes etapas ele vai trazendo suas pesquisas, seus estudos e o professor, os outros alunos vão discutindo e sintetizando os resultados parciais. Além disto, todo o trabalho, no Projeto, tem a finalidade de construir o produto final, para o qual todos trabalham, em um processo longo. Ele dá muito trabalho, por isto, acredito que mais do que um Projeto por semestre é demais…Na Sequência Didática todo o processo está na mão do professor, portanto só ele sabe e propõe cada atividade com uma determinada finalidade que se relaciona com a outra, e assim por diante. Pode até ter produções dos alunos (que muitos confundem com “produto final”), mas este não é o foco do trabalho. Em geral os planos de aula bem feitos são SDs. A Atividade Permanente é pensada para o aluno “frequentar” um mesmo/certo conteúdo de tal maneira que ele vai conhecendo-o aos poucos. É como um casal de namorados que de tanto namorarem passam a se conhecer,ao longo de um tempo. A referência bibliográfica desta discussão sobre Modalidades Organizativas é um capítulo do livro da Délia Lerner: “Ler e escrever na escola: o real,o possível e o necessário”. Ed. Artmed, 2002. Também escrevi a respeito em livro publicado pelo MEC: “Ensino Fundamental de nove anos- Inclusão da criança de seis anos”.
ALFREDINA NERY. Julho/2009.
Vou colocar a imagem das bibliografias sugeridas, ok?
Feliz ano todo!!!
Renata