Esses dias recebi uma relíquia muito especial da minha tia Gi! Ela me entregou um caderno de poemas e textos do meu pai. Detalhe, meu pai morreu em 1977. Eu tinha 3 anos! Ela guardou na casa dela durante esse tempo, e quando viu que era hora me entregou… Eu comecei a ler o caderno e me identifiquei muito com cada palavra que ele escreve… não sei se vou compartilhar todas, mas essa em especial eu vou compartilhar.
Ele fez para mim. Na época do meu nascimento não existia ultrassom para saber o sexo do bebê, então ele fez um poema bem especial!
A única coisa que eu fiquei um tanto frustrada é porque ele não coloca data em nenhum momento… você percebe que muda a letra, muda o contexto, mas não sei identificar com exatidão cada poema, poderia ter colocado a data… !
Preparados?
Aí vai:
Ao meu filho
Nenê,
Você vai crescer
Vai saber das coisas…
Por certo até triste
Você vai ficar
Quando ver a dor
Sem poder dar jeito.
Mas não se incomode
Que esta dor morre.
Já morreram tantas…
Mas não se acomode,
Nenê, que outra vem,
Melhor ou pior
Que a outra, nenê.
Você vai crescendo
E talvez cresça tanto,
Que supere tudo
Quanto é dor nenê;
Tudo ao seu jeito,
Deixando ao redor
Tudo azul, nenê.
Nenê eu só temo
Que a esse tempo
O azul de você
Não o seja prá mim.
Feliz ano Todo!!! Muito azul para todos nós!!!
Renata